Talvez leve um tempo para esse blog ficar mais anos noventa do que esse post. Esse post é sobre um dos meus grupos favoritos, o SPEED. O grupo que surgiu no meio dos anos noventa e teve algumas reuniões desde então, terminou a sua encarnação original e mais marcante em 2000. Desde então o grupo se reuniu algumas vezes para concertos beneficentes, e só em 2008 o grupo retornou de fato - uma reunião que terminou oficialmente em 2012. Um grupo de passagem bem curta pela indústria músical, mas de anos bem marcantes, como veremos.
Nesse post eu quero falar um pouco sobre a história do grupo, um pouquinho sobre seus membros e também sobre o primeiro álbum do grupo "Starting Over" lançado em 1997.
Como sempre, é sempre bom deixar claro que eu não sou especialista em música nem nada do tipo, no máximo um entusiasta pelas coisas que eu gosto.
Basicamente tudo do grupo está disponível nos serviços de streaming e também no YouTube, tudo bem fácil de acessar.
Comerciais de TV do grupo (1996-2000)
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Minha história com o grupo é um pouco tardia. Eu conhecia algumas das músicas, sobretudo as mais famosas (especificamente "Body & Soul" e "White Love"), mas no fim o grupo estava no hall de coisas que eu sabia que deveria escutar mais. E de fato fui atrás de conhecer o grupo três anos atrás, durante a primeira parte da pandemia de Covid. Desde então talvez seja o grupo que mais ouvi no período.
E como todas elas tentaram a sorte na carreira solo, eventualmente também me aventurei nos albuns de cada membro. Foi um período bem legal de descobertas, embora talvez seja a única lembrança positiva dessa época. Eu tenho algumas coisas do SPEED na minha coleção, eu vou eventualmente mostrando conforme os posts forem surgindo - seja lá quando for isso.
Todos os membros do SPEED são de Okinawa, uma das 47 prefeituras do Japão. Se serve de curiosidade Okinawa já foi um reino separado do Japão, sob o nome de Ryukyu. Esse nome ainda é bem presente na cultura de Okinawa, sendo esse o nome pelo qual os residentes são referidos e dando nome a diversas coisas locais (como o time de futebol Ryukyu FC, que tem camisas lindíssimas).
Isso nem faz tanto tempo assim - "Ryukyu" foi anexada em 1879 ao Japão. Eu sei que o termo "anexado" é bastante controverso, mas é o termo usado nesse caso - e inclusive, é a prerrogativa de diversos grupos separatistas que existem lá até hoje. Claro, um outro evento importante aconteceu na história recente de Okinawa - após a segunda guerra mundial o arquipélago foi comandado pelos EUA, o que durou até 1972 (o asadora recente Chimudondon conta esse período). Na continha de padaria Okinawa é/foi parte do Japão ao longo de 127 anos - para referência, o Brasil é independente faz 201 anos.
Todo esse alt-tab para dizer que culturalmente, não por coincidência, Okinawa é um tanto diferente do restante do Japão. Isso se reflete também na música e nas artes em geral - muitos artistas populares do Japão são de Okinawa. Mais especificamente, muitos artistas vem de um local específico em Okinawa - A Escola de Atores de Okinawa. Esse nome deve soar familiar para alguns, já que de lá saíram alguns nomes bem populares.
Dentre os nomes estão: Da Pump, MAX, Super Monkey, Daichi Miura, Folder 5 e Misono.
Antes que fiquem bravos, eu não esqueci do maior deles - é que ele faz parte da nossa história logo mais.
Foi lá que o grupo teve inicio, a principio com uma formação rotativa, mas foi mesmo com quatro membros que o grupo se formou. São elas: Eriko Imai, Takako Uehara, Hitoe Arakaki e Hiroko Shimabukuro.
Membros do SPEED no programa Morning Eye da TBS em 26/12/1995
Todas elas eram bem novas naquele momento. A Hiro era a mais nova de todas elas, na data dessa foto ela tinha só 11 (onze!) anos de idade. A mais velha (Hitoe) tinha 14 anos. Todas eram extremamente jovens, mas já tinham um certo talento. Todas tinham bem cara de criança e bem... todas elas eram, de fato. Tão crianças que elas eram apresentadas pela principal estrela da Escola de Atores (e da Avex) Namie Amuro, bem no começo da carreira.
Por um tempo o grupo não teve nome específico, e um dos nomes propostos era "Ryukyu Girls" - bem, alguém acharia legal um grupo chamado "Garotas de Noronha" aqui no Brasil? Nem elas, e e no programa "Yoru mo Hippare" em 02/12/1995 o nome "SPEED" foi proposto e aceito por elas.
"Os nomes eram tipo The Habus and Mongooses, Ryukyu Girls ou Okinawa Girls - eles eram horríveis!" - Eriko Imai
Quem conhece mais a Escola de Atores de Okinawa deve ter notado que ao contrário da maioria dos artistas citados anteriormente, o SPEED não foi afiliado a Avex (a princípio), mas sim a Toy's Factory. Segundo o produtor e principal compositor do grupo Hiromasa Ijichi, isso deu mais liberdade ao grupo - e bem, aqui não podemos deixar de endereçar as inspirações do grupo.
O produtor tinha como inspiração o girl group americano TLC. Isso faz muito mais sentido quando você conhece os dois grupos, tanto musicalmente quanto em inspiração estética. O TLC foi muito popular durante os anos noventa e segue como um dos girl groups mais vendidos de todos os tempos. O grupo existe até hoje, mas a popularidade delas diminuiu gradualmente após a morte de Lopes, um dos membros principais em 2002.
Apesar de todo esse esforço, nada adiantaria se o grupo não fizesse boas músicas. O primeiro single do grupo foi "Body & Soul" - possivelmente sua primeira ou segunda música mais famosa da carreira. A música foi um hit e vendeu mais de 638k cópias. Eu vou comentar mais individualmente das músicas que estão no primeiro álbum adiante, então não vou queimar essa etapa.
Acho que é importante tentar entender a estética que o grupo tentou empregar durante sua existência. Havia uma estética hip-hop bem predominante na música pop da época, vista em vários artistas. Elas tiveram isso também - mas ao mesmo tempo, em revistas e publicações da época elas eram mostradas mais como crianças hyper-talentosas. Essa estética é até mais visível no primeiro álbum, mas segue nos outros - por exemplo, vários videoclipes foram gravados nos EUA ao invés do Japão. Essa imagem foi mudando ao longo dos anos, e elas eram bem reconhecidas como talentos quando grupo terminou.
Acho que é o que posso providenciar inicialmente, então vamos falar um pouquinho dos membros - durante e depois do grupo.
A mais jovem e mais proeminente membro do grupo musicalmente. Ela é mais conhecida pelo nome "hiro", ao qual ela deu sequência na sua carreira solo. Ela tinha um alcance vocal bem impressionante desde muito nova. Nos vídeos onde membros interagem ela é frequentemente a mais timída e mais quieta do grupo, mas é difícil não se juntar a bagunça dos outros membros.
Hiro teve diversos projetos músicais ao longo da carreira dela. A carreira solo dela teve momentos muito bem sucedidos, e é o membro mais vendido pós-SPEED. Ela também teve um projeto de jazz chamado Coco D'or (aqui a versão dela de Garota de Ipanema), onde ela cantava clássicos do gênero.
De todos os membros a Hiro talvez seja a que conseguiu se manter um pouco mais longe de polêmicas, se você considerar que ela acabou sendo a mais famosa do grupo em um primeiro momento. Vocês vão entender o que eu estou falando logo mais. Ela foi casada com o ator Yuki Saotome, que era consideravelmente mais novo que ela, o que causou uma certa polêmica por ser incomum - mas sinceramente, qual o problema se os dois são adultos? É a eterna regra da internet - adulto é só a sua idade menos um. Após o término ela apagou todas as fotos do instagram antes daquela data.
Sobre as músicas solo da hiro, eu tenho que dizer que eu gosto bastante. É diferente o suficiente pra você reconhecer como músicas dela e não só como um extensão do SPEED - e sendo bem justo, o SPEED aconteceu durante a adolescência dela, então acho bem natural que ela tenha enveredado para gêneros tão diferentes como o Jazz em idade adulta.
A hiro faz de tudo um pouco. Se você acompanhar o instagram dela, vai ver desde parceria com restaurantes, atuação como contadora de história e programa de rádio.
Pra conhecer melhor: A música Aa ga Naiteru, de 2003.
-- Hitoe Arakaki
Kanji:新垣仁絵
Data de Nascimento: 07/04/1981
Hitoe, como é mais conhecida pelos fãs, é a mais velha do grupo. Ela sempre desempenhou mais o papel de dançarina dentro do grupo, mas também teve seus momentos cantando.
Se você procurar fotos da Hitoe da época, vai ver que ela tinha um visual fortemente inspirado pelas cantoras de R&B da época. Ela levou essa estética até mesmo para a curta carreira solo dela, e é bastante lembrada por isso.
Nos bastidores ela sempre parece ser um dos membros mais falantes, junto com a Uehara. Apesar de ser a mais velha, em geral ela não se apresentava como líder do grupo nem nada do tipo.
Hitoe é casada desde 2013, depois de namorar quase uma década com o rapaz. No geral a Hitoe também se manteve fora de polêmicas - mas também fora da indústria como um todo, desde o segundo fim do SPEED em 2012 ela se mantém fora da mídia com apenas algumas aparições ocasionais.
A carreira solo dela nos rendeu apenas um álbum "I'll Do It My Way" em 2002. Uma pena, porque é o álbum mais consistente de todos os membros pós-SPEED, e o que mais sabia exatamente o que queria fazer. Não sei exatamente, mas acredito que aquele estilo sonoro já não era tão popular nos primeiros anos do novo milênio - e talvez por isso ele soe melhor hoje, fora de contexto.
Para conhecer melhor: A música "I Got You" do álbum "I'll Do It My Way".
Eriko sempre atuou, de fato, como líder do grupo. Era sempre a que ia pra frente do microfone e câmera nas entrevistas, programas de TV, revistas e fotos. Esse lado de sempre ser a responsável por falar acabou, de certa forma influenciando o rumo da vida dela no futuro.
Isso é um pouco contrastante com a personalidade dela nos bastidores. Ela não é tímida como a Hiro, mas ela não é extrovertida como a Hitoe e a Uehara, embora costume se juntar nas brincadeiras.
Ela também teve uma boa carreira solo, com alguns bons álbuns. Ela já performou sob alguns pseudônimos, como "Eriko with Crunch" e "Ellye", cada um com um estilo diferente do que ela apresenta sob o nome original.
Na parte das polêmicas, a Eriko já possui algumas a mais na coleção. Eriko teve algum atrito com a mídia em 2007 durante o seu divórcio, que se originou de um casamento rápido que sucedeu sua gravidez. Na ocasião ela ficou a guarda do filho, e alertou os fãs quanto ao comportamento da imprensa quanto ao caso.
Eriko atualmente faz parte do parlamento japonês, tendo sido eleita por voto popular em 2016. Não é todo dia que vemos uma artista bem sucedida ser eleita por mérito próprio. Ela se elegeu pelo LDP, o partido que domina a política japonesa pós-segunda guerra, e que é em geral conservador.
Aqui acho que vale um disclaimer; política não é igual em todo lugar do mundo. O que entendemos por direita/esquerda no Brasil não é o mesmo que em outros países, então cada caso é um caso. Se isso é importante pra você, acho que vale mencionar que o LDP vence as eleições fazem quase 80 anos. Eu nem recomendo ficar procurando.
Como dito anteriormente, Eriko tem um filho. Ele tem deficiência auditiva, o que levou ela a aprender linguagem de sinais. Uma de suas pautas principais na política é a melhoria da qualidade de vida de pessoas deficientes. Seu filho, Raimu é um wrestler no Japão.
Eriko e seu filho Raimu
Claro, como parlamentar, não podiam faltar algumas polêmicas. Eriko foi pega tendo um caso com um político de Hyogo - o que não seria problema já que ela é solteira, mas o homem em questão é casado e possui dois filhos. Teve direito até a foto dos dois andando de mãos dadas no trem - que fofo.
Para conhecer melhor: A música "Our Relation" de 2002, que foi usada como ending de Captain Tsubasa Road to 2002 (essa ending foi cortada da versão brasileira).
-- Takako Uehara
Alerta: Há menções de suícidio abaixo, se não se sentir confortável pule!
Kanji:上原多香子
Data de Nascimento:14/01/1983
Takako é bastante conhecida por muita coisa - algumas delas bem infelizes. Vamos falar primeiro das positivas - ela era a modelo do grupo, e sempre foi presença garantida em revistas e ensaios.
Nos bastidores Uehara era bastante proativa e brincalhona. Assim como a Hitoe ela participava mais ativamente das coreografias do que dos vocais, e pessoalmente acho que ela era a melhor dançarina do grupo.
Ela teve uma carreira solo um pouco breve, musicalmente falando. Acho que ela tinha de fato os vocais menos impressionantes dentre os membros, mas acho que ela sempre reconheceu bem essa limitação e fez uso do que ela tinha em mãos. Sua fama foi mais proeminente como garota-propaganda e modelo, para marcas famosas com a Shiseido, DoCoMo e Fujifilm.
Infelizmente a vida de Uehara teve algumas tragédias que não tem como não serem mencionadas. Ela se casou com o músico TENN do grupo ET-KING em 2012. O casamento acabou sendo curto, e terminou com o suicídio de TENN em 2014. Na carta de despedida deixada por ele, ele pede desculpas a ela e a família, e menciona uma traição de Takako, além de não se sentir suficiente para ela. Posteriormente, foi revelado que Takako tinha um affair com o ator Tsuyoshi Abe (talvez vocês lembrem dele de Hana Yori Dango). A família de TENN criticou ela por diversas vezes publicamente pelo caso, e algumas informações foram vazadas propositadamente sobre o caso.
A foto dela carregando o retrato dele durante a cerimônia final dele é bastante triste e pesada, pra dizer o mínimo.
Takako passou por maus bocados nesse período, e foi bastante criticada. Ela chegou a fazer vários tweets bem depressivos em um certo ponto. Ela se casou novamente em o diretor Kazuya Koh, e eles tem tiveram um filho. Takako não tem aparecido muito na mídia, mas ela tem uma marca própria de cosméticos que ela divulga frequentemente no seu instagram. Ainda hoje ela recebe comentários maldosos eventualmente, o que levou o seu marido a se envolver em algumas flamewars online.
Para conhecer melhor: A música "My First Love"
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Starting Over (21/05/1997)
Tracklist:
Walk This Way
Body & Soul
Luv Vibration
STEADY
RAKUGAKI
Sayonara wa ame no hi
Go! Go! Heaven
I Remember
Kiwi Love
Happy Together
Starting Over
Starting Over: Walk This Way (Reprise)
Esse é um dos CDs que tenho na minha coleção. Como acho que a maioria talvez nunca pegue em um na mão, acho legal postar algumas fotos de como ele é, com alguns detalhes.
Capa e Contra-Capa, dentro da proteção plástica
A proteção do CD não é a tradicional de plástico. Todo o encarte é de um tipo de papelão, que vem com uma capa plástica removível. Isso é um detalhe que frequentemente se perde em ver só pela internet - a capa do album não tem nada escrito, mas na prática pra quem comprava na loja, o logo estava na capa - o tipo de coisa que se perde com o tempo.
O CD vem uma pequena espuma pra proteger a superfície do CD. Acho legal que ela vem com o logo do grupo - geralmente, as poucas vezes que vi essa espuma ela era genérica. A tracklist do álbum vem escrita diretamente no CD.
Ah sim, acho que vale mencionar. Como não possui a capa de plástico, o encarte do CD vem colado ao invés de solto como é normalmente nos CDs tradicionais. Acho que a pessoa que me vendeu cometeu metade do erro, porque aparentemente ele tentou tirar em algum momento.
Antes de prosseguir, vamos a denúncia:
Hiro / Endo Sakura (Nogizaka46)
Estamos de olho hein.
1. Walk This Way
E a música que abre o primeiro álbum de estúdio do SPEED é "Walk This Way". Acho que é um boa música pra começar o álbum - acho que ela introduz quase todos os temas do disco. Embora seja uma das menos interessantes vocalmente, ela introduz bem o estilo musicalmente do álbum.
As músicas cadenciadas desse álbum estão mais alinhadas com essa música. Ela é bem concisa, direta e gostosa de ouvir. A parte instrumental não nega a influência de R&B e Hip-hop, e embora a parte versada não seja o forte da Eriko, acho que ela consegue entregar tudo na cadência certa. Seja lá o que isso signifique na prática.
Essa música também tem menos participação da Hiro, com vocais mais focados na Eriko. É uma opinião bem pessoal minha, embora a Hiro seja disparada a melhor vocalista do grupo (e meu membro favorito!) a Eriko acaba sendo a cara do SPEED durante a maior parte dos álbuns. É quase impossível pensar em uma música do SPEED sem ela como lead sing.
2. Body & Soul (1º SINGLE - 05/08/1996)
Um dos maiores hits da carreira do SPEED é também o segundo a entrar no disco. Acho que após ter o tema apresentado na primeira música, eles queriam que a segunda música fosse direto para a marcação pressão - e funciona, como veremos nas próximas músicas.
O clipe de Body & Soul é o primeiro delas a ser gravado nos estados unidos, mais especificamente em São Francisco e Los Angeles. Isso é bem visível até no jeito de se vestir delas - é totalmente ao estilo americano, sempre com a influência forte do hip-hop na estética, mesmo que Body & Soul não siga no gênero.
Essa também uma das performances mais impressionantes da carreira da Hiro como um todo. É impressionante como o vocal é sólido, e é ainda mais assustador quando você vê o MV - elas eram ainda mais novas, já que o álbum sai quase um ano depois de Body & Soul, se você considerar uma janela da gravação do clipe.
Adoro essa cena quando telão pisca quando refrão entra. Fãs de beisebol me digam que estádio é esse, eu não faço a menor ideia. Todo mundo parece bem estiloso nesse MV. Bem street. Algumas cenas do MV são aquelas bem obrigatórias, como a Golden Gate - o outro ponto que aparece muito ao longo do MV é o Transamerica Pyramid (clique pra ver no Street View). É um pouco difícil de localizar o prédio exato da gravação já que tem uma centena deles na proximidade, mas fica ai o desafio.
A música também combina bastante com o clima ensolarado mostrado no MV. Eu diria que Body & Soul tem uma aura meio Califórnia, de fato. A letra de Body & Soul é basicamente sobre entrar de corpo e alma, sem medo de se machucar no que tiver que ser. Acho que também é uma temática bem válida e uma boa mensagem.
Pensando em retrospecto, essas cenas delas brincando ou dançando a beira-mar são bem comuns nos clipes do SPEED. Faz sentido para as Garotas de Okinawa.
3. Luv Vibration
"Luv Vibration" é uma ótima música por si só, mas acho que o MV enriquece muito ela. Esse é possívelemente meu MV favorito do grupo - acho que nenhum outro me traz um sentimento tão bom quanto esse.
Ele é basicamente feito de cenas de bastidores, e de algumas cenas gravadas. As cenas incluem as meninas estudando, no estúdio e interagindo nos bastidores. Ele é um tanto amador, mesmo que propositalmente. Por vezes ele parece uma montagem feita a partir de um making of - mas que encaixa tão bem com a música com a energia das meninas.
Talvez seja tão bom porque é um clipe que mostra elas como realmente são. Sem super produção, só câmeras de qualidade duvidosa, meninas correndo na praia, comendo, ensaiando e completamente desorientadas com a vida maluca que elas se meteram no meio da adolescência. Elas parecem bem soltas também, bem genuínas.
É só muito divertido mesmo.
Isso claro, com uma boa música pra acompanhar.
Se vendo no outdoor
4. STEADY (2º SINGLE - 18/11/1996)
"Luv Vibration" tem meu MV favorito, mas a minha música favorita do disco é "STEADY". Há algumas coisas que eu considero já bem especiais aqui. "Body & Soul" talvez seja um single quase perfeito, e é definitivamente a música desse álbum que atravessou gerações, mas "STEADY" é talvez a música definitiva pra mostrar o estilo musical do SPEED.
Acho que nenhuma outra música representa tanto o estilo musical do grupo quanto essa. A mistura de dance com hip-hop encontra sua melhor forma nessa música. O estilo também toma um certo contorno próprio - as influências estão todas ali, hip-hop, dance, TLC e todo o resto, mas finalmente é plenamente SPEED.
O estilo de edição desse MV também é um que ficou bem associado ao grupo. Esses efeitos bem anos noventa com cortes rápidos, closes dinâmicos e iluminação de palco - coisa que se repete bem frequentemente no grupo. É o primeiro MV com estilo muito próprio, e eu digo isso com a segurança de que a "Go!Go! Heaven" repete isso no mesmo álbum, logo adiante.
Não por coincidência, essa é uma das melhores performances da Hiro no álbum. Se a Eriko é de fato a voz que todos sempre vão reconhecer, o poder vocal acaba vindo de fato da Hiro a maior parte do tempo. A coreografia também é uma das mais legais do SPEED, e uma das mais agitadas também - as performances ao vivo do SPEED são mais cantadas e menos coreografadas do que muita gente imaginaria.
E claro, essa música tem a famosa e profunda letra:
Dream on dream on dream of you Ding dong ding dong longest night
Dificilmente fica melhor que isso daqui pra frente.
Essa música foi tema do drama Itazura na Kiss, de 1996. Os atores até faziam a publicidade do single no fim do episódio, além de ser o tema dos personagens principais na versão instrumental. Por sinal, o drama é bem divertido, embora seja um pouco curto e a história termine antes do que a versão mais nova - diria que eu gosto mais dessa versão do que as mais recentes.
Aiko Sato e Kashiwabara Takashi
5. RAKUGAKI
Rakugaki talvez seja uma das poucas músicas do disco que não eu não consigo gostar. Acho que ela não consegue fazer bem o que ela tinha intenção de fazer, e fica pelo meio do caminho. Não tem um refrão realmente empolgante e não é o tipo de música que fica muito marcado. Eu sinto uma certa frustração com ela, porque de fato ela fica no meio do caminho em tudo, sem chegar a lugar algum.
De pontos positivos, consigo listar que tem um solo de guitarra legal no meio da música. Os vocais não tem nada de especial, e os refrões que são frequentemente o que o SPEED melhor oferece também não é nada demais.
6. Sayonara wa Ame no Hi
A primeira verdadeira balada do álbum, e eu acho ela agradável.
Dessa vez, não são os vocais especificamente que me fazem gostar dela. Acho o instrumental bem apropriado, e gosto particularmente da bateria bem marcada que se repete ao longo de toda música. O vocal da Hiro fica um pouco mal aproveitado em baladas, e acho que nesse cenário a Eriko costuma se sair melhor - acho que a voz dela carrega mais peso nas palavras.
Outra marca bastante interessante, não só do SPEED mas das músicas produzidas pelo Ijichi, é que o backing vocal sempre tem um papel importante nas músicas. O backing vocal nas músicas dele acabam funcionando como um instrumento musical.
No fim, acho que o vencedor dessa música é de fato o instrumental.
7. GO!GO! HEAVEN (3º SINGLE - 26/03/1997)
A música do SPEED com cara de tema de anime. Como havia mencionado anteriormente em STEADY, o MV de Heaven também segue um estilo muito similar de edição. Coreografia, cortes rápidos, closes e bastante energia - dessa vez tem por do sol ao invés de luzes de palco. Até mesmo o figurino preto é muito mais próximo de STEADY do que do colorido e ensolarado "Body & Soul".
Olhando dessa forma, é como se B&S fosse uma irmã de "Luv Vibration" e STEADY e "Go!Go! Heaven" fossem cortes da mesma roupa, mas em posições diferentes. Isso porque é difícil ver qualquer coisa de hip-hop para além de estética nessa música. Acho que a variedade é importante, e ela se torna mais presente nos álbuns seguintes.
O MV da música foi gravado em Miami e Nova York, embora eu não saiba exatamente porque escolheram dois lugares que não são tão próximos assim para as gravações.
A música tem uma energia muito incrível, e é tão upbeat quando B&S. Essa é uma das músicas com mais energia do grupo como um todo, o coro do refrão ressoa muito forte com a melodia da música. Acho que tudo funciona muito melhor na prática.
A troca de roupa durante o MV também é bem legal e combina bem mais com o ambiente do final do MV. As roupas pretas de fato combinam com o ambiente urbano que é mostrado durante a maior parte do MV.
8. I Remember
Algumas músicas desse disco vencem por particularidades. Algumas são boas como um todo, outras pela energia, MV ou mesmo pelo instrumental. "I Remember" é talvez a música com a harmonia mais agradável do disco, e acho que todos membros tem uma parte importante nisso.
O vocal da Eriko é novamente o principal da música, enquanto a Hiro fica de fato mais relegada a participar da harmonia com os outros membros. O refrão em específico é bonito, e acho que as melhores partes dessa música estão na participação bem sútil do backing in vocal, sempre soprando ao fundo e da harmonia entre os membros no refrão.
Não é a música mais marcante, mas acho que está a frente de outras como Rakugaki.
9. Kiwi Love
Depois de um leve descanso na música anterior, é hora de voltar as músicas mais animadas. "Kiwi Love" não vai tão fundo quanto Go Heaven, mas ela é alegre e uma boa colaboração entre Eriko e Hiro nos vocais. O refrão é bem chiclete e não é difícil ficar com ele tocando na cabeça em certos momentos.
Embora ela não tenha o extra que outras músicas do disco carregam, ela é uma boa música no geral. A participação no trecho final da música é um adicional interessante, e uma pena que seja tão breve
10. HAPPY TOGETHER
Acho que como o título sugere, essa é uma música bem inocente. Eu não posso deixar fugir de mim que essa era a imagem mais condizente com elas, mas essa música é talvez o mais próximo de "fugir do tema" que esse álbum vai. Uma pena, a música é até gostosa de ouvir, mas parece bem deslocada do restante.
Acho que não tem nada muito legal e nem nada especificamente ruim nessa música. Se há algo notável é que mesmo quando a música foge um pouco da raia, várias características do grupo estão lá - os instrumentos de sopro, os backing vocals sempre ao fundo.
11. Starting Over
A última música do disco (a seguinte é uma reprise/medley) é uma bem digna. "Starting Over" começa soturna, diferente do restante do disco, mas se encontra com o restante da obra no refrão. No refrão tem tudo o que vimos no restante do álbum um refrão com uma bela harmonia, dessa vez em conjunto com um refrão bonito.
A letra fala de recomeçar, e é bem bonita.
[...]
Incontáveis vozes, uma canção de amor.
Mesmo se no fundo a escuridão dominar tudo
A manhã não falhará em chegar
Começando novamente, vamos começar daqui
[...]
Ela é bem poética e acho que é uma boa maneira de encerrar o álbum.
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No geral, acho que Starting Over é um bom disco. Os pontos altos são bem altos, e os pontos baixos não são um fiasco nem nada do tipo. Os discos seguintes talvez não tenham a quantidade de hits deste, mas em geral a produção musical e a variedade são exponencialmente maiores.
Mantendo a tradição, esse é o meu ranking de músicas favoritas do álbum:
CDs ainda desfrutam de certa popularidade, que varia ao longo dos anos, mas vamos tentar entender um pouquinho o lado deles. Por exemplo, eles ainda vendem significantemente bem no Japão, talvez o último mercado do mundo onde eles ainda são uma parte significante das vendas. As razões pelas quais o CD ainda vende são diversas, mas frequentemente a música não é o principal. Muitos eventos de grupos e artistas vêm com tickets, brindes e outras coisa que estimulam a compra - o que vem no CD em si é um pouco secundário. Globalmente, hoje o CD representa cerca de 5% do total de vendas da indústria.
Já fazem 25 anos da estreia de Kare Kano na TV japonesa. Devido a diversas circunstâncias, a produção de Kare Kano acabou cercada por um certo mistério - a falta de clareza sobre diversos acontecimentos deram espaço para o surgimento de boatos e lendas.
Ontem a noite eu pedi para o pessoal do falecido Twitter me enviar algumas coisas para escrever sobre, desde que fossem coisas curtas, como músicas ou videoclipes. O pessoal foi bem gentil, e me mandaram um punhado de coisas para falar sobre - e aqui vou eu tentar falar sobre elas, na medida do possível.
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