É bem normal que qualquer músico toque com bastante frequências suas músicas do passado. Existe uma demanda do público para que isso aconteça, e também o lado artístico de que aquele trabalho é seu para sempre. Por isso, é normal que mesmo nas turnês de álbuns atuais, os artistas toquem suas músicas antigas - afinal, o sucesso dessas músicas é um êxito deles.
Um pouco mais raro é que as músicas sejam regravadas pelo
próprio artista. Eu mencionei no post "Alguns
Shows Favoritos" que as pessoas gostam de música ao vivo por motivos
diferentes do que elas gostam de música de estúdio. Não existe praticamente
nenhum aspecto técnico em que a música ao vivo seja melhor que a música de
estúdio, e bem, dificilmente poderia ser diferente disso.
As vezes, porém, as músicas de estúdio quando regravadas nos revelam uma nuance bem interessante dos artistas que ouvimos: como eles mudaram. Digo mudanças em todos os sentidos; musicalmente e até mesmo no timbre, seja pelo passar do tempo ou por simples mudança no rumo musical da carreira daquele cantor.
O SPEED não só regravou várias músicas, como fez um álbum
todo só de ReTracks, ou seja, regravações totalmente retrabalhadas e
rearranjadas, tanto vocalmente quanto a parte instrumental. Quando elas gravaram a maior parte
dessas músicas, elas eram adolescentes que ainda não haviam chego nem a idade
de debutante, e obviamente muita coisa mudou nelas - vocalmente e tecnicamente.
Por isso, nesse post irei comentar as mudanças das versões
originais das músicas e as regravações do "SPEEDLAND - The Premium Best
Re-Tracks", lançado em 2009 - na época da reunião do grupo que durou
alguns poucos anos.
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Acho que antes de começarmos é importante comentar algumas
coisas.
Primeiro, que esse álbum de ReTracks é bem bom no geral.
Mesmo em algumas partes que eu possa não ter gostado, é bem admirável que eles
tenham retrabalhado tudo nos mínimos detalhes. Os álbuns originais do SPEED
soam bem como os álbuns da sua época, e esse álbum de ReTracks soa como uma
mistura de ambas as épocas (anos 90 e anos 2000).
Segundo, que em geral, as músicas originais são quase sempre
melhores (com algumas exceções, que vou comentar adiante) - mas a grande
maioria segue sendo boa na nova versão. Acho que se esse álbum existisse em um vácuo, sem
que nada existisse antes, ele seria considerado um ótimo álbum. A seleção de
música também é muito bem feita, e embora algumas das minhas favoritas não tenham
entrado no corte, acho que faz sentido que essas sejam as "Premium
Best", já que são de fato as mais conhecidas delas.
Por fim, acho que por uma questão de proximidade histórica, eles não regravaram nenhuma música do álbum Bridge (2003), que era o álbum mais recente até então. Acredito que porque a mudança seria bem mais sutil. Já falamos mais sobre isso daqui a pouco.
Aviso de sempre: eu não sou crítico musical e nem sou especialmente entendido no assunto, sou só um entusiasta e fã do grupo.
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TRACKLIST
|1. Long Way Home (OG / ReTrack) | 2. Ashita no Sora (OG) | 3. Body & Soul (OG / ReTrack) | 4. STEADY (OG / ReTrack) | 5. Wake Me Up! (OG / ReTrack) | 6. Alive (OG / ReTrack) | 7. White Love (OG / ReTrack) | 8. Snow Kiss (OG / ReTrack) | 9. Breaking Out to the Morning (OG / ReTrack) | 10. Nettaiya (OG / ReTrack) | 11. All My True Love (OG / ReTrack) | 12. Precious Time (OG / ReTrack) | 13. Go!Go! Heaven! (OG / ReTrack) | 14. My Graduation (OG / ReTrack)|
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1. LONG WAY HOME
Capa do single original de "Long Way Home" |
"Long Way Home" é o décimo primeiro single e também faz parte do álbum "Carry On My Way" de 1999.
Não só se passaram dez anos, mas elas passaram por um período bem crítico da voz de qualquer cantor que começa muito cedo - a puberdade e a vida. A mudança na voz das meninas é um pouco menos abrupta que a dos meninos, mas ainda assim há diferenças bem notáveis.
Na versão de 2009 há uma diferença bem significativa não só nas vozes, mas também nos arranjos da música. Primeiro, as vozes da versão de 2009 parecem mais isoladas e mais limpas, no sentido de que é bem fácil notar as diferenças de timbre. A masterização desse álbum também é notavelmente bem boa - o som é bem limpo. e ouvindo em boa qualidade isso fica bem mais evidente.
Agora, as vozes:
Por exemplo, a Hiro teve um aprofundamento bem significativo da voz. Falando de um modo geral, a voz dela encorpou bastante, perdendo um pouco dos tons agudos que ela costumava alcançar quando mais nova. Isso tem um certo impacto em outras músicas. Apesar disso, ela parece alcançar basicamente todas as outras notas de forma bem similar, mas com esse novo timbre que o tempo deu a ela.
A Eriko, a outra principal cantora do grupo por outro lado, teve um mudança de timbre mais sutil. O timbre é amplamente o mesmo de 1999, mas ela também encorpou a voz. Se eu pudesse explicar em termos simples, diria que a voz dela agora parece... adulta. Sei que isso é bem óbvio, mas parece ser a descrição correta. Talvez essa também seja a definição da voz da Hiro.
A música também tem algumas partes diferentes da original, mas a maior parte das mudanças são positivas.
Acho que essa primeira música é um caso em que as duas
versões são boas, mas com uma leve vantagem para a versão original. Acho que a
diferença está até mais na parte que não é delas - o instrumental da versão de 1999
tem uma linha de baixo muito boa e que enriquece muito o som da música. É um
groove bem gosto de ouvir - a versão de 2009 embora seja melhor no aspecto
puramente técnico, não seria a versão que eu iria preferir ouvir.
2. ASHITA NO SORA
Capa original do single de "Ashita no Sora" |
Essa é a única música do disco que não é um ReTrack, e sim apenas a inclusão de um single recente do grupo daquele mesmo ano. Esse era até então o primeiro single do grupo desde 2003.
Não há o que comparar, então alguns comentários gerais; essa música é bem SPEED, e eu adoro as harmonias delas. Essa é mais uma colaboração delas com Ijichi Hiromasa, produtor e compositor original (da maior parte) dos três primeiros álbuns da banda e de maior parte do quarto álbum.
No Bridge (2003) elas haviam colaborado alguns outros compositores, como Tsunko, Tommy February6 (creditava como February6 mesmo) e The Gospellers. Isso deixou o álbum bem interessante, embora não seja o álbum mais lembrado do grupo.
Por isso, acho que no fim das contas "Ashita no Sora" está para esse retorno da banda como "Be My Love" estava para o Bridge. Uma música com o melhor que o grupo possui, embora "Be My Love" seja mais memorável no geral.
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3. BODY & SOUL
Capa original do single de "Body & Soul" |
"Body & Soul" é o primeiro single do SPEED, lançado em 1996. Também faz parte do álbum de estreia "Starting Over", que já falei sobre aqui. Ela é possivelmente a música mais conhecida do grupo no Japão, ao lado de "White Love", que vai aparecer logo mais.
Essa foi a primeira música do SPEEDLAND que eu escutei na época, e acho que ela é boa da sua própria forma. Acho que essa é uma música que representa bem algumas coisas com relação a coleção toda.
Tecnicamente, é bem raro alguma música que elas não se saiam melhor do que nas versões originais. Elas claramente tem muito mais controle vocal e mais técnica em qualquer uma das músicas. Acho que talvez o que diferencie é que a versão original tem um espirito bem jovial, ao qual as vozes delas pareciam corresponder mais.
Um exemplo é o trecho:
bad day kara lucky day
meguttekuru mono sa
kokoro mo karada mo shape up shite
Make up shita pride sutetara
Esse trecho é bem interessante porque ele é bem diferente até na forma de pronunciar as palavras, já que é um trecho mais ritmado do que cantado propriamente dito. Na versão 2009 elas são pronunciadas com bastante cuidado, bem precisas, sem falhas. Plenas. Na versão original esse trecho é cheio de atitude na voz, mais condizente com o estilo hip-hop empregado na música original e o estilo em que o grupo se vendia no começo.
Por isso, acho que a versão de 1996 tem mais originalidade e um ritmo que acompanha melhor o estilo da própria música. De alguma forma, as vozes delas em 1996 se encaixavam melhor. Como elas são cantadas de formas diferentes (como no trecho que mostrei acima), é difícil ao certo.
O instrumental talvez seja a parte que mais dá vantagem a original. Porque ela tinha um estilo bem definido, e ela soava exatamente como ela deveria - não tem perigo se associar com gênero musical pessoal, não precisa mudar tudo!
Eu gosto da nova versão também, mas a versão original é
certamente a que eu sempre vou escutar entre as duas.
4. STEADY
Capa dos single original de STEADY |
"STEADY" é o segundo single do SPEED, também lançado em 1996. Também foi lançado no álbum "Starting Over".
Essa era bem difícil de gostar da versão nova em relação original, porque essa é uma das minhas favoritas do grupo. Acho essa também uma das músicas que mais definem o estilo visual e musical do grupo. Eu pessoalmente acho os vocais da Hiro na música original um dos melhores que o SPEED já fez na carreira toda, e a voz da Eriko também é bem marcante.
Não é tão relacionado, mas acho que eu tenho esse videoclipe
queimado na minha retina, porque eu consigo vê-lo só ouvindo a música. Os
efeitos toscos, o glitter de pós produção, os cortes, as luzes de palco, a coreografia e os
figurinos.
As performances vocais delas não são tão impressionantes quanto nos originais. Essa é uma das músicas que mostram bem como algumas notas realmente ficaram no passado, e alguns timbres não voltam mais. Acho que um trecho que representa bem essa mudança é esse:
"Dream on Dream on Dream of you
Ding Dong Ding Dong Longest night"
Opa, trecho errado. Esse segue bem parecido. O correto é esse:
"Aa kaze ga tsumetakute
kajikamu kokoro dakishimeteru yo
kensou kara nogaretemo
hitori niwa naritakunakute
kyou wa ..."
Na entrada do refrão talvez seja onde estão algumas das maiores mudanças, é onde a música difere mais da original na parte vocal. Talvez a exceção seja o refrão - continua tão bom quanto.
A parte instrumental, é legal, e gosto da batida mais marcada que usaram nessa versão. Em alguns pontos a música é quase uma cópia exata, como o trecho final. Eles certamente sabem quais partes ficam na cabeça das pessoas.
Apesar disso, esse confronto não dava pra vencer - a versão original é só muito boa mesmo.
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5. WAKE ME UP!
Capa de "Wake Me Up" |
"Wake Me Up!" é o quarto single do SPEED, lançado também no álbum Rise, com uma mixagem diferente do single.
Vou ser sincero: eu até gosto de "Wake Me Up!" (até tenho o single aqui), mas não é a melhor música do tipo que o SPEED fez na minha opinião. Nem de longe. Dessas músicas delas por ai correndo na praia e curtindo por ai acho que "Luv Vibration" leva facilmente o troféu.
Por isso, eu não tenho muito apego com essa música. Exatamente por esse motivo, acho que as mudanças da versão 2009, são todas muito bem vindas.
Eu gosto mais do instrumental da versão nova e acho que os vocais passam um tipo de felicidade que na versão original me soam só um pouco sem graça, uma energia até um pouco artificial. Porque acho que embora a versão original tenha um instrumental mais explosivo, acho que ele não passa de verdade essa energia.
Por isso, essa é a uma das versões em que a versão nova se
sai melhor em quase tudo.
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6. ALIVE
Capa do single original de "Alive" |
Alive é o sétimo single do SPEED, lançado em 1998. Ela não fez parte de nenhum álbum do grupo, sendo lançada só como single e como parte da coletânea Moment, também de 1998.
A versão original de Alive é bem bonita e acho que nesse sentido as duas são bem equivalentes. Por isso, acho que passa a ser uma questão de qual das duas versões tem um vocal que se encaixa mais com o estilo da música.
Embora a harmonia da original também seja bem bonita, a versão nova funciona melhor com essas vozes mais adultas e encorpadas. A sensação é de que há mais peso na harmonia do refrão, e parte disso também vem do tipo de masterização feita nessa nova versão. A versão original era mais plena, como se os vocais sempre estivessem no mesmo nível.
Por isso, a versão de 2009 leva uma pequena vantagem sobre a original, mas há algumas nuances.
Como essa música não vai para nenhum campo mais agudo, é uma das melhores músicas para perceber que os timbres permaneceram bastante similares. A Hiro teve mais mudança na voz, mas ainda assim há os momentos em que você reconhece aquele velho alcance vocal da música original.
Como mencionado, eu também gosto muito da versão original e ela é uma das músicas mais bonitas do grupo. Vantagem para a nova versão.
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7. WHITE LOVE
Capa do single original de "White Love" |
"White Love" é o quinto single do SPEED, lançado em Outubro de 1997, mas foi na temporada do Natal de 1997 que ela se tornou um hit. Ela também foi lançada no álbum Rise, do ano seguinte.
Essa é junto com "Body & Soul", a música mais conhecida do SPEED no Japão.
Ela não é só um hit, mas é uma ótima música. Antes mesmo de ouvir eu já imaginava que seria difícil a versão nova ser melhor, porque especialmente a voz da Hiro nessa música acerta todos os pontos já comentados - coisas que ficaram pra trás com o passar dos anos. Assim como em STEADY, essa é uma das melhores performances vocais dela e da Eriko.
Outro ponto é que a jovialidade das vozes também são parte de "White Love", porque vozes mais encorpadas podiam transformar essa música praticamente em um gênero diferente da original. Claro, o resultado poderia ser bom, mas a música dificilmente não terminaria desfigurada.
(Comentário aleatório revendo os MVs para escrever: Eu adoro que a Hitoe parece estar com uma noite de sono atrasado nesse MV. Sabendo como eram as coisas e a agenda, é bem possível que seja isso mesmo).
Agora a versão nova: Os arranjos também são bem diferentes, e pessoalmente acho que isso descaracterizou um pouco a música, embora como mencionei em STEADY, eles sabem as partes mais memoráveis e em geral elas se mantêm quase idênticas.
Eu gosto da voz da Eriko na versão nova. Ela soa doce. A voz da Hiro segue bonita, mas agora ela parece alguém que trocou de gênero no meio da carreira - e bem, foi isso que realmente aconteceu. A nossa forjada no jazz.
Talvez essa seja a maior disparidade entre todas as músicas,
porque acho que a versão original é bem melhor. Consideravelmente melhor.
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8. SNOW KISS
Capa original do álbum "Carry On My Way" |
"Snow Kiss" é uma música do álbum "Carry On My Way" de 1999.
Essa música não é um single, mas sim uma das pérolas desse álbum. As músicas do COMW são parte de um processo já um tanto diferente do que os de Starting Over e até mesmo do Rise - mesmo ali já era possível notar algumas mudanças vocais com relação ao começo da carreira.
Eu também adoro bastante o instrumental dessa música, porque ele é uma bagunça que funciona. Ela tem uma guitarra totalmente avulsa, o que é uma linha bem legal de se ter em uma música que funcionaria normalmente sem ela. Nunca é demais uma guitarra avulsa nas músicas.
A versão nova respeita bem o instrumental da música e embora um pouco mais convencional deixa a música bem agradável de ouvir. Especialmente falando das vozes, eu gosto mais da versão de 2009. Ela deixa a música mais bonita.
Isso é um pouco engraçado, porque ouvindo a versão de 99, a palavra "bonita" não me passa pela cabeça em nenhum momento. Ela é...legal, simplesmente. A versão de 2009 fez ela soar "bonita", um tanto mais poética. Acho que gosto mais dessa versão por esse motivo. Acho que o novo timbre de todas elas encaixa melhor nessa versão.
Só faltou a guitarrinha. Em compensação há um backing vocal
bem legal e mais presente nessa versão.
9. BREAKIN' OUT TO THE MORNING
Capa original do single de "Breakin' out to the Morning" |
"Breaking Out to the Morning" é o décimo single do SPEED, lançado em Maio de 1999, e é o penúltimo antes do primeiro hiato do grupo. Também faz parte do álbum "Carry On My Way" de 1999.
Essa é uma música que eu gosto muito mais dos visuais e do videoclipe do que eu realmente gosto da música em si. Porque ela me parece uma versão piorada de outras músicas que o grupo já fez - mas essas outras coisas conseguem salvar ela.
Por isso, talvez houvesse mais esperança para a versão nova.
Mais ou menos.
Não acho ela realmente melhor e ela tem aquele aspecto de remix que eu pessoalmente odeio. Sabe quando pegam uma música que você gosta e simplesmente adicionam um monte de batidas e chamam de "Remix" ou "Alguma Coisa Version"? Esse é o aspecto dessa nova versão.
Os vocais não são ruins em nenhuma das duas versões, só não são muito marcantes.
Por isso, prefiro realmente a original, mas mais por falta
de escolha.
10. NETTAIYA
Capa original do álbum "Rise". |
"Nettaiya" é uma música do álbum Rise, de 1998.
O título da música pode ser traduzido como "Noite Tropical", e estou mencionando isso porque essa música tem um tom bem atmosférico. Algumas músicas conseguem passar atmosferas e a original de fato te passa através dos acordes de abertura e a progressão da música, uma sensação de uma noite quente, uma noite tropical.
Eu pessoalmente consigo imaginar todo um cenário com essa
música. Por isso, ela é uma das minhas músicas favoritas do SPEED. Ela é uma das músicas
do grupo sem grandes harmonias e sem refrãos explosivos. Até o videoclipe - que
é um pouco engraçado por ser simplesmente a cara delas cantando - tem um estilo
de locução bem específico, dando a cada uma sua parte em destaque na música.
Cada uma tem sua parte bem delineada, e o ritmo da música é o principal ponto dessa música. Essa também é minha performance favorita da Eriko. A voz dela é simplesmente linda nessa música.
A versão nova tem uma alteração no ritmo, que embora já esperada, é um pouco decepcionante. Na verdade, esse é até um bom exemplo de como uma música bem parecida pode simplesmente não passar a mesma sensação simplesmente por mudar a instrumentação.
A performance da Hiro e da Eriko são boa, mas nada especial. As partes da Hitoe e da Takako são especialmente...chatas, sem nenhuma expressividade na parte da narração delas.
Embora fosse uma batalha inglória tentar me convencer a
preferir a versão nova já que eu gosto tanto da antiga, ela não passa nem perto
de me fazer gostar dela de verdade.
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11. ALL MY TRUE LOVE
Capa original do single de "ALL MY TRUE LOVE" |
"ALL MY TRUE LOVE" é o oitavo single do SPEED, lançado em 1998. Não fez parte de nenhum álbum, mas saiu na coletânea Moment do mesmo ano.
Embora a missão da versão nova fosse difícil, elas fizeram uma versão ótima da música. Acho que a versão clean das vozes deixa a música até melhor em alguns aspectos. O instrumental é levemente diferente, mas foi largamente preservado, e as alterações não prejudicam em nada a música.
Essa é possivelmente a música em que há mais equilíbrio entre a versão nova e original. Acho que qualquer que fosse escolhido seria bem injustiçado, mas vou ficar com a versão nova. A versão antiga ainda tem a seu favor o viés de ter um videoclipe divertido e de ter uma energia rara de encontrar - mas acho que elas preservaram tudo isso nessa versão nova e ainda deram uma melhorada em certas coisas.
12. PRECIOUS TIME
Capa original do single de "Precious Time" |
"Precious Time" é o nono single do SPEED, lançado em Fevereiro de 1999. Ela faz parte do álbum "Carry On My Way".
"Precious Time" é uma música que fica melhor
quando você vê as outras coisas - figurino, coreografia e tudo mais. Chroma key
inclusive. A música em si é bem legal, e tem um estilo vocal um
pouco diferente da maioria das músicas do SPEED - pelo menos até chegar no
refrão, onde elas vão para a harmonia mais tradicional.
A Eriko tem um vocal mais ritmado nessa música, enquanto a
Hiro é quem vai para as notas mais altas. É uma ótima atuação da Hiroko nos
vocais, e bem, isso significa que seria difícil pra manter isso na versão
nova.
O instrumental também é especialmente bom, com uma linha de baixo e saxofone muito boa, com uma adição de guitarra para os interlúdios. Eu realmente recomendo muito ouvir o instrumental dessa música, vale muito a pena.
A versão nova, como esperado, tem um vocal bem diferente da
Hiro, por todos os motivos já repetidos várias vezes anteriormente. Isso não significa que
não seja bom, na verdade, é uma das melhores participações da Hiro dentre todas
desse álbum de ReTracks.
Talvez a parte onde a música fique atrás seja no instrumental, no qual a versão original é bem melhor. É como se passasse a sensação de que a original é a versão completa, e essa uma versão que você veria no ao vivo, um pouco mais minimalista, mas mantendo as partes centrais que ainda te permitem identificar ela como a mesma coisa.
As duas versões são boas, mas a original é melhor.
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13. GO!GO! HEAVEN
Capa do single original de "Go!Go! Heaven!" |
"Go! Go! Heaven!" é o terceiro single do SPEED, lançado em Março de 1997. Também faz parte do álbum "Starting Over".
Talvez uma das músicas mais representativas do grupo. Em tempo, também uma das músicas mais hype de todos os tempos.
Eu esperava algo na linha do que foi comentado lá em
"Body & Soul", mas não é bem por ai. A versão nova tem bastante
energia e essa é uma das músicas que eu diria que as diferenças no vocal deixam
ela bem interessante. Ela é boa por si só, e acho que se ela fosse a versão
original, ainda seria uma música excelente.
Uma mudança legal na versão nova foi a adição de uma linha
de guitarra em alguns trechos da música. A parte instrumental é toda muito boa
também, embora eu tenha uma leve preferência pela original.
Claro, elas não têm a voz de adolescentes com energia infinita de quase doze anos antes, mas é uma boa versão. Elas mostram bastante energia nessa música, e isso é o suficiente para não descaracterizar ela.
Só que infelizmente esse é outro caso em que a montanha pra escalar era um pouco alta demais. A versão não é só muito boa - ela é excelente. Algo que ocorre em algumas músicas do começo do SPEED é que as imperfeições fazem parte da música e deixam elas bem autênticas. Elas não tinham muita técnica ainda, mas tinham energia de sobra e boas vozes.
14. MY GRADUATION
Capa do single original de "My Graduation" |
"My Graduation" é o sexto single do SPEED, lançado em 1998. Também faz parte do álbum Rise, do mesmo ano.
Essa é uma música que começa uma balada e tem um crescente até o refrão, que é uma harmonia bem típica do grupo.
Acho que as duas versões são novamente, bem equivalentes. Não há grandes mudanças na música do ReTrack, e as vozes mesmo com esse novo timbre se encaixam bem na música.
Talvez a grande diferença entre as duas músicas seja como elas são arranjadas e até mixadas. Na versão original, o crescente até o refrão é até um pouco mais estourado estourado. Na versão nova, eles deixaram tudo um pouco mais suave e pleno. Isso não é um ponto negativo, mas como mencionei na música anterior, as pequenas imperfeições deixam as músicas do SPEED um pouco mais originais.
Muito fãs amam My Graduation de paixão. Eu também gosto, mas talvez não nesse nível - mas eu entendo de onde vem esse amor todo. Especialmente no Japão essa coisa de graduação e transição pra vida adulta tem um significado bem diferente e mais importante do que aqui. Digo isso porque eu não tenho tanto apego assim com essa música, embora eu goste do videoclipe dessa música e principalmente do trecho final da música.
Acho que a versão nova mantém tudo isso, mas ela soa um pouco mais plena. Plena demais, para uma música que é sobre algo mais poético.
Eu só queria um pingente daqueles do SPEED (dessa da capa).
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No fim, o álbum de ReTracks se sai até bem apesar de alguns furos na água. Acho porém que talvez exceto por "Breakin Out to the Morning", nenhuma é especialmente ruim. A grande maioria na verdade se sai bem, embora na comparação final as originais levem vantagem.
Só para deixar claro, esses comentários são, de fato, só comentários. Porque apesar de ter comentado várias vezes das mudanças de voz e afins, é bem óbvio que são só mudanças naturais que aconteceram pela mudança de idade e pela vertente musical que elas seguiram nesse período. Elas seguem sendo ótimas cantoras. Até mesmo as que não cantavam muito como a Takako e a Hitoe, mostraram depois que sabiam cantar, embora talvez não no nível da Eriko e da Hiroko.
Por isso, saldo positivo.
Originais 9 x 4 ReTracks
Nobody Expects the Spanish Inquisition |