AKB48 - PARTY ga Hajimaru yo (Team A 1st Stage)

Anotações Musicais - Álbuns de Janeiro/25 🎧

Faz um tempo que eu queria falar mais sobre os álbuns que eu ouço, e bem, um ano novo costuma ser um bom momento pra começar essas coisas novas. 

Por isso, eu vou comentar aqui sobre os álbuns que eu ouvi, neste caso contando a partir do início de 2025. Só pra deixar claro, não vou falar de todos que eu ouvir e sim os que que me chamarem mais a atenção, seja positivamente ou negativamente.

Como aqui no blog eu falo sobre música japonesa e idols, o foco aqui vão ser esses álbuns. Não significa que eu não ouça outras coisas, e se me der vontade de falar delas eu posso bem colocar elas aqui no meio. Não é como se eu fosse consistente nos temas dos posts do blog.

Eu vou fazer comentários mais gerais e não vou ir faixa-por-faixa como eu costumo fazer. Como vão ser os álbuns que eu ouço normalmente e não os que eu comento com alguma profundidade (pelo menos mais profundidade que um pires), eu geralmente ouço eles apenas uma vez ao invés de várias vezes. Exceto se o álbum for realmente muito bom e eu gostar muito.

Por isso, os comentários vão ser um pouco mais de memória - o lado bom é que vai da competência do álbum me fazer lembrar dele.

Além disso, alguns álbuns não vão ser a primeira vez que eu vou estar ouvindo eles. Claro que pra quem está lendo não importa muito, mas a única regra que eu vou estabelecer aqui vai ser não repetir um álbum que já tenha tido um comentário sobre ele em outro post anterior. Também vou deixar guardados os álbuns que eu quero comentar em postagens específicas sobre eles.

Por fim, a última coisa antes de irmos de fato para o post é que eu vou manter uma playlist atualizada das músicas que eu mais gostar dos álbuns, caso elas estejam disponíveis no Spotify pra quem se interessar em escutar. Os álbuns que eu escutar fora, bem... tem outros lugares que vocês podem acessar, claro. Não é como se vocês não soubessem onde...

Link da Playlist no Spotify!

Uma brincadeira que decidi de última hora é que a capa da playlist vai ser o álbum que eu tiver gostado mais até agora.

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Sempre lembrando que eu não sou crítico musical, só um fã e entusiasta. É por isso que os comentários geralmente são genéricos e bem ruins.

AIMI - AIMILION (2018)


AIMI - "Aimilion" (2018)

Comentei no passado que eu gostava bastante de Stereopony, então nada mais natural do que escutar o que a vocalista anda fazendo recentemente, certo?

Depois de uma passagem pisque-e-perca pela banda Alice In Underground, a Aimi começou de fato a seguir um caminho solo, já que o Stereopony acabou em 2012 pela saída da própria AIMI. Na época o motivo oficial era um problema de saúde. Por isso, se alguém ouvir esse álbum esperando ouvir algo muito parecido com o Stereopony, não vai exatamente encontrar algo parecido - apenas alguns relampejos.

Isso porque esse álbum tem uma vertente mais eletrônica, principalmente na primeira metade. As guitarras e coisas do tipo ainda estejam presentes, por exemplo na canção "Manatsu no Rendezvous". Na outra ponta você tem canções super felizes em uma vertente que eu não esperava tanto da Aimi como "drop;s", que pessoalmente não é uma música que eu goste muito. Na verdade, ela abrindo o álbum pode te passar a ideia errada do que ele realmente é, talvez sendo a música mais destoante do conjunto.

Apesar disso, ainda há melodias que combinam muito bem as duas coisas, o instrumental tradicional com a adição do elemento mais eletrônico adotado nesse álbum, como "We Know". 

Como disse antes, ainda há alguns relampejos dos tempos de Stereopony. Não é pra menos, já que isso foi parte da vida da AIMI por um bom tempo - e acho que a música "Kanaria" é a representação perfeita disso, sendo possivelmente a melhor do disco pra mim. Não que ela seja a melhor por ser parecida com o que ela fazia antes, mas sim porque acho que ela encontra o timbre certo da voz dela, que combina muito com esse estilo de música.

Acho que a voz da AIMI tem um estado especifico em que ela é doce demais, e eu pessoalmente não gosto, mas todos os outros timbres da voz dela são bem bonitos e controlados. Apesar disso, acho que "Sing for you" escapa desse sina da voz muito doce, porque achei ela bem bonita e gostosa de escutar com a voz dela.

No geral, achei o álbum bem legal - porque a AIMI realmente é um boa musicista, e ela realmente deixa o álbum bem interessante.

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KALEN ANZAI - ANTI HEROINE (2023)


Eu conheci a Kalen uns dois anos atrás através da música "Bokura wa Tsuyoku Nareru". A parte estranha é que foi através de uma banda de instrumentos de sopro tocando ela, ao invés da versão original. Até tentei achar o vídeo pra deixar aqui mas não consegui encontrar.

Esse é o primeiro álbum solo dela, embora ela já tenha uns bons quatro anos de lançamentos musicais antes do lançamento desse disco. 

As pessoas comparam muito a Kalen com as artistas do final dos anos noventa e começo dos anos dois mil e eu consigo entender de onde vem essa comparação, especialmente quando se trata do aspecto estético. Musicalmente acho que o álbum é bem atual.

Tenho bastante impressão que se eu mostrasse boa parte desse álbum pra alguém não familiarizado com música japonesa a resposta seria "parece música de anime" e bem, faz até um certo sentido. Acho que talvez a música que represente bem isso é "Renai Shuuhen". Sim, eu sei que é difícil falar qualquer outra música quando uma delas tem participação da Hatsune Miku.

Apesar de algumas poucas músicas que eu pessoalmente não gostei tanto, como "Fuminshou Haitengoku", eu me peguei gostando de grande parte do álbum, e nenhuma faixa é especialmente ruim. Acho inclusive que esse álbum é muito bem produzido, sonoramente falando. Ele é bem agradável de escutar.

A Kalen tem algumas músicas que embora não sejam as minhas favoritas do álbum, eu gosto especialmente dos vocais dela, como "Yoloop". Acho legal que em vários momentos os vocais dela são as melhores coisas das músicas - mas sendo justo, em vários momentos o instrumental das músicas é muito bom, e isso vem de alguém que assumidamente não é tão fã de música muito sintetizada, como é grande parte do disco.

Acho até que o começo do álbum é a melhor parte do álbum. A minha música favorita do disco é "Heaven", a música de abertura do álbum - talvez uma das mais simples. Acho só que ela funciona bem tendo um refrão e versos bem ritmados. 

No fim, o disco é bem variado - vai da atmosfera um pouco mais sombria de "Heaven" para a super feliz "La La Loud-Love". Nesse mesmo disco temos música com participação com vocaloid. Surpreendentemente funciona tudo razoavelmente bem.

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LINDBERG - LINDBERG III (1990)



O LINDBERG é uma banda de rock, mais proeminente na virada dos anos oitenta para os anos noventa. Não é brincadeira, entre 1989 e 19991 eles lançaram quatro álbuns. Ao estilo Led Zeppelin, eles apenas numeravam os álbuns sequencialmente.

Com isso, o álbum mais famoso deles é o LINDBERG III de 1990. Acontece que esse álbum também tem a música mais famosa do grupo, seu segundo single, chamado "Imasugu Kiss Me". Essa música é uma que de vez enquanto você ainda vê aparecendo por ai em programas japoneses, comerciais e é até tocada em algumas estações de trem. 

Acontece que o álbum que acompanha a música é na verdade de um estilo muito similar. Assim como a música mais famosa, ele é realmente bom.

"Imasugu Kiss Me" é exatamente o tipo de música que te faz sentir nostalgia por coisas que você nem viveu. Ela realmente tem a sonoridade daquela transição do rock dos anos oitenta para as coisas que veríamos nos anos 90 (que eu comentei um pouco nesse post). As guitarras são especialmente bem características do período. Essa é também a melhor performance da vocalista no álbum todo.

Apesar disso, há outras músicas muito boas nesse disco. "Little Wing" e "Rush Life" abrem muito bem o álbum. Eles exploram até outras sonoridades com músicas como "Voice of Angel", que tem uma sonoridade um pouco mais misteriosa, e vocais mais controlados e uma guitarra com um ritmo bem agradável.

Não tem nenhuma música desse álbum que eu realmente ache o instrumental ruim. Talvez no lado das experimentações "Modern Girl" seja a menos marcante e mais esquecível do disco todo. Eles tentam ir para um sonoridade mais country, e essa é de fato a música que destoa mais do restante. Acho que ainda é uma questão de gosto, não me parece uma música ruim.

Na segunda metade do disco, acho que o destaque é da música que fecha o álbum - "Rainy Day".

Esse talvez seja um álbum de rock bem padrão, mas as vezes isso é só o que você precisa mesmo.

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TENTENKO - THE SOFT CAVE (2022)


A Tentenko é uma ex-membro do BiS, que esteve lá por um curto período entre 2013 e 2014. Apesar disso, desde sempre ela produziu música própria e lançou de forma indie. Ela tem uma penca de álbuns autoproduzidos e alguns outros álbuns de estúdio. 

Talvez sua música que tenha feito mais sucesso em carreira solo seja "Good bye, good girl", de 2015. Já nos lançamentos de Álbuns e Extended Plays, talvez seja o "An Antworten", que chegou a ser lançado internacionalmente.

Acontece que alguém que conhece a Tentenko por "Good bye, good girl" vai se sentir uma certa estranheza com relação as outras músicas, porque elas são bem diferentes, mesmo que vários aspectos da música dela já estivesse lá no primeiro single. Quase todas as músicas da Tentenko são música eletro/techno, com um aspecto bem atmosférico para todas elas.

"The Soft Cave" tem só quatro faixas, embora todas elas sejam razoavelmente longas (~7 minutos). Ele é razoavelmente diferente de alguns lançamentos passados, com um tipo de experimentação bem interessante. Eu ainda gosto que Tenko não vai pro lado do excesso de texturas sonoras, e ainda preserva bastante de um techno baseado em ritmo e atmosfera, ao invés de só realização técnica.

Como o disco não tem letras ou vocais, você tem que tentar entender a temática do disco baseado nas poucas informações que você tem. O título do álbum é a maior pista, assim como o nome das músicas (todas são nomes de tipos de rochas em inglês), mas nas músicas há também alguns aspectos que te lembram a sonoridade de uma caverna - o tipo de eco e as goteiras em "The Wave" sendo as mais facilmente notáveis. O resto a gente precisaria ser um pouco pretencioso. Não que a gente não goste de ser pretencioso.

Acho que a música que abre o disco "Limestone", é de fato minha favorita. 

Como a Tentenko é bem indie, se possível compre as coisas dela no bandcamp ou no Bleep, não faço ideia qual seja melhor pro artista. Tudo se resolveria com um pix e um winrar.

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YOASOBI - E-SIDE 2 (2022)



Esse é o segundo extended play em inglês do Yoasobi. Eu sei que muita gente está um pouco cansado do Yoasobi, já que eles estão em todos os lugares. O tempo todo.Agora, veja bem, não é muito culpa deles.

Esse EP em específico eu acabei ouvindo devido a música "The Swallow", que foi cantada pela Ikuta junto do Midories, originalmente em japonês, sob o nome de "Tsubame". Essa versão em inglês também é legal. Eu pessoalmente gosto muito dessa música, mas a minha versão favorita é a do Tokyo Sky Paradise, com participação dos próprio Midories e da Neru (ex-Keyaki). 

Essa versão do TSP me passa algum tipo de alegria que eu não sei bem descrever. A Neru inclusive parece completamente aleatória dançando junto com as crianças. Eu também adoro essas bandas de orquestra de escola. Junto com máquina de vender bebida com variedade, deve ser uma das coisas triviais do Japão que eu mais queria que fosse comum por aqui.

Ah, é. Era sobre o álbum do Yoasobi. Ele é ok como um todo. Tem duas músicas que eu realmente gosto dessa versão em inglês, sendo a primeira a já citada "The Swallow" e a outra é "Just a Little Step". Essa tem um ritmo muito agradável e eu pessoalmente gosto da letra dessa música também. Acho que dá pra citar "Haruka" como uma boa música também.

Esse álbum tem algumas variações no inglês da Ikuta. Em algumas músicas como a própria "The Swallow" é realmente muito bom, e em outras músicas ela tem algumas dificuldades de pronuncia. O que é bem normal, só é interessante ver essa mudança de uma música para outra, já que cantar e falar são coisas bem diferentes.

No geral, acho que esse álbum é bem neutro.

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DAISUKE HINATA - TARZANLAND - (1988)


Esse é um álbum instrumental melódico de Daisuke Hinata, que talvez não seja conhecido pelo seu nome, mas ele foi bastante proeminente durante os anos noventa na composição da trilha sonora de vários dramas famosos. Dentre os mais famoso estão Long Vacation e Love Generation, através da banda CAGNET, ao qual ele foi peça bastante importante.


Meu interesse ao ouvir esse disco, era saber o quanto do trabalho dele dos anos oitenta era parecido com o que ele fez durante a década de noventa. A resposta é: não muito, mas tem algumas poucas coisas que permaneceram.

Talvez a música que mais lembre os trabalhos deles nos anos 90, ao menos os quais eu sou mais familiarizado (como Long Vacation e Love Generation), é "Lake High", primeira música do álbum. Ela de fato soa como uma trilha sonora dos anos oitenta. Minha impressão é de estar ouvindo a trilha sonora de algum Ys ou algum RPG da época. O mesmo pode ser dito da mais famosa do disco "How Do You Do".

Apesar disso, esse trabalho lembra em parte algumas coisas da trilha de Long Vacation, especialmente nos instrumentais. Há algo de bem simplista em todos eles. Isso certamente já estava nesse álbum.

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LEO IEIRI - MY NAME (2024)



Esse é o álbum mais recente da Leo Ieiri, lançado na último trimestre do ano passado. Ele é um álbum bem típico da Leo, e isso é uma virtude e um problema ao mesmo tempo. 

Por um lado, a média dos álbuns dela é muito boa, e acho que nenhum é especificamente ruim. Por outro lado, por vezes ele parece algo que você já ouviu algumas outras vezes. Eu sei que é sempre um dilema se julgar um artista por similaridade de trabalhos anteriores é justo ou não, mas não posso negar que quase sempre me deixa um gostinho de que poderia ser mais legal. Especialmente de alguém tão talentosa e que canta tão bem.

O disco tem boas músicas e ele é bem conciso, com só onze músicas. A primeira música "Waltz" é bem bonita, e tem os vocais bem característicos da Leo. Apesar disso, ela não é a mais bonita do disco - acho que essa fica a cargo de "Kakurenbo", que tem um estilo bem próprio e vocais bem diferentes dos que estamos habituados dela. Talvez seja a música que mais gostei do disco.

Talvez porque a música seguinte "Binkan" também é ótima. Essa música parece demais uma música que você veria na abertura de animes da virada da década de 2000/2010. De fato, essa música lembra um pouco mais os primeiros discos da Ieiri do que os mais recentes como "Naked", do ano anterior.

Não tem muitas outras músicas que eu tenha gostado - talvez "Tick Tick" e "Ame" sejam as outras únicas que sejam dignas de nota.

Espero muito que a Leo não se torne uma artista de um truque só - mesmo que seja um truque bom. O lado bom é que mesmo nesse álbum tem coisas que mostram que ela ainda faz coisas diferentes e que ainda me deixam animado para os lançamentos futuros.

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ROSÉ - ROSIE (2024)



Assim como boa parte das pessoas eu já conhecia a Rosé do Blackpink, que embora eu não acompanhe diretamente, eu gosto de algumas músicas do grupo. Assim como um grupo talvez ainda maior de pessoas, eu acabei gostando da colaboração dela com o Bruno Mars, na música "APT.".

A música é dessas que ficam mesmo na cabeça e o videoclipe é todo divertido. Admito que a junção dos dois não é algo que eu imaginava, porque na minha cabeça o Bruno Mars é talvez um dos artistas mais famosos do mundo hoje. E digo isso sendo que eu não escuto um álbum dele faz quase dez anos, mas ele parece estar sempre por ai.

(Eu vou deixar esse trecho pela honestidade, porque de fato, o último álbum dele faz 9 anos. Claro que eu não ouvi mais nada, né).

Dito, isso, Rosie. É o álbum solo da Rosé, que é cantado em inglês (ela é nascida na Nova Zelândia, mas claro que vocês já sabem disso), o que é até legal porque mostra uma certa versatilidade - ela realmente canta bem nos dois idiomas.

Sobre o disco em si, ele tem alguns altos e baixos. Ele começa bem como "number one girl", mas a música seguinte "3am" já não é um estilo que me agrada muito. Diria até que a música é chata. Acho que o problema de a Rosé ter uma associação tão forte com um grupo como o Blackpink, é que talvez se distanciar muito musicalmente possa alienar uma parte dos fãs. Sendo justo, eu entendo completamente jogar um pouco mais seguro no álbum de estreia - mas admito que me deixa animado para ver coisas diferentes dela, porque tem um potencial legal aqui.

Apesar disso, algumas músicas como "two years" acham um bom equilíbrio entre o pop que você espera e uma música com uma certa acidez. Claro, logo retornamos para as músicas mais pop ("Toxic till the end") e claro "APT.", que é o grande hit do disco e a música que você vai cantarolar quando ele acabar. É realmente digno de elogio que mesmo as músicas que tem o estilo pop que todo mundo já esperava, são realmente muito boas - os refrãos são especialmente bons, todos bem construídos e fáceis de lembrar. 

Que palavra horrível é refrãos, né.

Musicalmente, a música mais legal é "gameboy", com um estilo vocal bem próprio e uma guitarra acústica que talvez seja meu instrumento favorito do álbum todo. "Dance All Night" é outra bem padrão, mas que é bem legal. Novamente, um ótimo refrão combinado com um instrumental ótimo.

No geral, acho que esse álbum tem aquela sensação de ir a uma festa surpresa que você já sabe que vai acontecer. Ainda vai ser legal, mas boa parte é o que você esperava. Não deixa de ser divertido por isso.


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Obrigado por ler.







Quem não entende nada de música (eu) falando de música